domingo, 13 de março de 2011

Texto: O fantasma da noiva Ritual

                                                        O fantasma da noiva
                                                                     Ritual 

     Eu desse do carro da minha amiga. Estávamos em frente a uma pensão, na qual eu e minhas duas amigas, Aline e Carol iríamos passar as férias.
     A pensão era bem estruturada, e os moveis eram antigos empoeirados. O dono da pensão era o Sr. Eduardo, um homem de cabelos grisalhos de 41 anos que usava cadeira de rodas.
      —Vick. Aperta a Campânia, — disse Carol — eu e Aline vamos pegar as malas!
     Eu apertei a Campânia e o dono da pensão abriu a porta extraordinariamente rápido, no mínimo um segundo depois que eu desgrudei o dedo da Campânia, um pouco rápido pra quem usava cadeira de rodas.
      —Você deve ser a... Aline, — disse o Sr. Eduardo — e imagino que essas que seguram as malas atrás de você são Vick e Carol.
      —Na verdade, eu sou a Vick, e essas atrás de mim são Aline e Carol.  Corrigi.
      —Vai ser mais fácil decorar o rosto de vocês ao invés dos nomes. — Murmurou ele sorridente.
     Ele saiu da porta da pensão, dando espaço para que nos entrássemos e disse:  podem entrar, o quarto de vocês fica no segundo andar a esquerda, tem três camas e dois guarda-roupas e uma cômoda, assim como eu expliquei quando nos falamos pela internet.
     Nos três entramos, e o Sr. Eduardo nos observava com um olhar avaliador que me fez estremecer. Subimos a escada até o segundo andar, e encontramos o quarto com facilidade. Ele era espaçoso e confortável, mas todas as camas eram antigas e velhas, assim como eram também os dois guarda-roupas e a cômoda, mas definindo, todos os moveis que eu tinha visto na que La pensão até agora eram antigos.
      —Pelo menos o banheiro é limpo! — Disse Aline espiando o banheiro.
     Passei o dedo pela cômoda avaliando o nível de poeira que avia no quarto, que pelo visto era muita porque quando olhei o meu dedo ele estava cinza. — Esse lugar precisa de uma faxina. — Murmurei para mim mesma, mas parece que Aline ouviu porque ela respondeu: — é o que eu diga, o banheiro parecia estar limpo, mas a banheira esta com um fedor estranho e eu não faço a mínima idéia do que seja.
      —Será que da pra parar de reclamar foi? — Disse Carol  foi o local mais barato, e que fica próximo a praia que encontrei, e nem é tão ruim assim! — Ela deu de ombros e completou: — só tem dois guarda-roupas, alguém vai ter que dividir.
      —Eu divido com Aline. — Ofereci-me.
      —Ta, mas não dá pra desfazer as malas hoje, já esta tarde, nos três temos que dormir.
     Acordei cedo no outro dia, ainda de madrugada, e o suo escorria pelo meu rosto. O calor estava de matar, então fui até o banheiro lavar o rosto. A banheira não estava fedendo como Aline avia reclamado, na verdade estava com cheiro agradável. Devido as circunstâncias preparei água na banheira para um banho.
     A água estava em uma temperatura perfeita, e a espuma completava ainda mais o banho. É só fechar os olhos e relaxar em quanto o tempo passa  pensei, já com os olhos fechados.
     Depois de alguns minutos a água começava a esfriar, até que de repente a água estava completamente gelada. Passei a mão no rosto ainda com os olhos fechados, senti um cheiro estranho na minha mão, era um cheiro conhecido, de algo que eu sabia o que era, mas não tinha certeza. Abri os olhos e vi minha mão toda vermelha, agora eu tinha certeza do que era, mas, aquele cheiro era de sangue. Minha respiração se acelerou e meu olhar se direcionou para a água da banheira, enchi os pulmões de ar e soltei tudo em um grito, o mais auto pode, a banheira não estava mais cheia de água e sim de sangue, o sangue mais gelado que eu já avia visto.
     Levantei-me da banheira num saldo e me enrolei com a toalha. Eu continuava a lançar gritos e meu coração martelava no meu peito enquanto eu ficava imóvel de medo como uma estatua e meus olhos fechavam-se forçados com mais medo ainda.
     Batidas na porta seguidas de um grito: — Vick abra a porta! — Fizeram-me ficar ainda mais imóvel. “trá...” fez o som da porta ao se abrir, eram Aline e Carol.
      —Meu deus Vick, você está tremendo! — Disse Carol enquanto me abraçava.
      —Sangue!Sangue! Sangue na banheira! — Exclamei.
      —Ela está histérica, não tem nada além de água na banheira! — Afirmou Aline.
      —O que? — Murmurei.
     Eu me libertei do abraço de Carol e fui ver a banheira mais uma vez com meus próprios olhos. Aline tinha razão, não tinha nada alem de água na banheira, mas eu tinha certeza que avia sangue ali.
      —Me desculpem, eu acordei vocês,  lamentei  é que eu achei que... Pareceu tão real.
      —Vick, você nos acordou da pior forma — murmurou Aline — e para compensar o que fez, vai desfaser nossas malas hoje a tarde enquanto eu e Carol vamos a praia.
     Durante a tarde Carol e Aline estavam na praia, e eu desfazia as malas.
     Abri a porta do guarda-roupa e assoprei a poeira antes de começar a guardar as roupas, encontrei um colar com um pingente de estrelinha dourada em meio a poeira dentro do guarda-roupa, ele era bonito e brilhoso.
     Depois de desfazer as malas, guardei o colar dentro da primeira gaveta da cômoda e fui até um restaurante que ficava nas redondezas. Quando voltei Carol estava dormindo e Aline estava me esperando de pé com uma expressão raivosa.
      —Que brincadeira mais infantil Vick, — acusou ela — quer dizer, tinha que ser na minha blusa favorita?
      —Eu não faço a mínima idéia do que você esta falando! — Rebati.
      Estou falando disso!
     Ela estendeu a blusa pra que eu visse. Tinha uma frase escrita com vermelho que dizia: “escolhi seu corpo pra eu retornar”
       —Eu não tenho nada a ver com isso!
       —Mas que droga Vick, ainda por cima está sendo cínica.
     Ela atirou a blusa no chão e foi até o banheiro, provavelmente pra tomar banho. Eu apanhei a blusa do chão e cheirei a tinta que formava a frase, era sangue, tinha o cheiro e a cor de sangue, só podia ser sangue.
     Já era a segunda vez que eu via e sentia o cheiro de sangue, bastava só mais uma coisa estranha com sangue pra eu refazer minhas malas e ir embora dessa pensão. Eu já estava começando a ficar assustada.
     No outro dia de manhã eu acordei novamente de madrugada, não por causa do calor, mas porque eu escutei vozes no quarto que ficava a cima do meu no terceiro andar, ele pertencia ao Sr. Eduardo o dono da pensão. Ele falava, falava, mas ninguém respondia.
     Tinham duas partes dentro de mim que brigavam. Uma era curiosa e queria subir até o terceiro andar e escutar melhor o que ele estava falando. E a outra era medrosa e queria se cobrir com o coberto dos pés a cabeça e fingir já estar morta. Entre as duas opções eu ficaria com a segunda, mas, eu tinha que descobrir o que estava acontecendo, então eu subi até o terceiro andar na ponta dos pés tentando fazer o mínimo de barulho o possível.
     Já em frente ao quarto do dono da pensão, eu me ajoelhei em frente a porta antiga de madeira desgastada, e olhei pelo buraco da fechadura. O Sr. Eduardo estava sentado na cadeira de rodas e uma mulher vestida de noiva estava na sua frente. Ele aproximou-se mais dela e disse: — já colocou o colar de estrelinha na garota que vai incorporar?
     A mulher de noiva fez sinal que sim com a cabeça.
      —Depois de tanto tempo, — disse o Sr. Eduardo  vou poder te tocar outra vez.
     O Sr. Eduardo levantou-se da cadeira de rodas e tentou beijar o rosto da mulher de noiva, mas os lábios dele atravessaram o rosto dela.
     Espera um pouco, “levantou-se da cadeira de rodas?” ele não era paralitico? E que mulher e essa que anda por ai vestida de noiva? Seria possível que aquela mulher fosse um fantasma? Porque, que outra explicação teria para uma mulher intocável como um holograma? Bom de uma coisa eu sabia aquela pensão não era um lugar seguro para passar as férias.
      —Agora só falta a sua escolhida beber as gotas de sangue que sobrarão do seu corpo, ai então você poderá retornar no corpo dela, e nos ficaremos juntos outra vez!
     Meu coração e minha respiração aceleraram-se e eu desse a escada correndo, sem me importar, se estava fazendo barulho ou não. A única coisa que eu queria era que Aline, Carol e eu, saíssemos vivas daquela pensão.
      —Acordem, acordem! — Gritei ao entrar no quarto. Eu fui direto até o pescoço de Aline, com toda certeza o colar só podia estar nela, foi na blusa dela que o fantasma escreveu com sangue: “escolhi seu corpo pra eu retornar.”
      —O que está fazendo? — Murmurou Aline, enquanto eu tentava arrancar o colar do pescoço dela.
      —Você tem que tirar o colar do pescoço!
      —Mas de que colar você esta falando Vick?
       —Desse que você está usando, Aline!
     Ela olhou o colar de estrelinha no pescoço e disse: — Eu não me lembro de...
      —Isso porque você não colocou! — Interrompe — foi o fantasma, o fantasma da noiva.
     Ela forçou e forçou, mas o colar não abria.  Já que o colar não abriu vamos embora, antes que o Sr. Eduardo venha tentar fazer o ritual e colocar você para beber sangue.
      —Mais espera ai que ritual é esse?
      —Depois eu explico, mas primeiro temos que dar o fora daqui.
     Acordei Carol e puxei-a da cama para fora do quarto, mas quando nos três déssemos a escada vimos o Sr. Eduardo segurando um copo de sangue ao lado do fantasma vestido de noiva. Os dois estavam logo à frente da porta principal da casa, tampando a nossa saída.
      —Vocês não vão a lugar algum!  Afirmou o Sr. Eduardo.


Eu escrevi esse texto! e estou dedicando-o para minhas primas, e SMA: Aline, Yiuna, Yara, e minha mãe: Ana Lucia de Sousa Moreno. vou dedica-lo também para minha bisavó.    
Provavelmente eu vá escrever uma continuação desse texto, e claro vou posta-lo primeiro nesse Blog.                 

4 comentários:

  1. Gostei o texto ficou muito bom!

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  2. Que historia fantástica, estou tremendo.

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  3. louca para ver a continuação

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  4. não sei se vcs repararão, mas esta faltando travessão em alguns locais do texto. foi erro de digitação! mesmo assim espero que tenham gostado. :D

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